A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) e a Bexiga Hiperativa (BH) são condições comuns, especialmente com o avançar da idade, e muitas vezes coexistem. Embora sejam condições distintas, podem apresentar sintomas semelhantes, o que torna o diagnóstico e o tratamento um pouco mais desafiantes. Tanto a HBP quanto a BH podem afetar significativamente a qualidade de vida, causando desconforto, distúrbios do sono e constrangimento social.
Dado este ser um site maioritariamente dedicado à HBP, sintetiza-se de seguida a definição e sintomas mais comuns associados à Bexiga Hiperativa.
A BH é caracterizada por uma contração súbita e involuntária do músculo da bexiga, causando uma necessidade urgente de urinar, independentemente da quantidade de urina presente na bexiga.
Os seus sintomas mais comuns são:
Muitos homens com HBP apresentam sintomas de BH. O aumento benigno da próstata, ao obstruir o fluxo de urina, leva a que o músculo da bexiga se desenvolva (hipertrofie) o que pode levar a sintomas semelhantes aos da BH.
Para o diagnóstico entre estas duas entidades é muitas vezes útil o recurso a um exame específico, chamado de estudo urodinâmico completo. Este exame pretende reproduzir de forma artificial os sintomas urinários que o paciente relata, para poder analisar, por exemplo, o volume de enchimento máximo da bexiga, a capacidade de esvaziamento, a sensibilidade e as propriedades elásticas da bexiga.
Em termos de tratamento, modificações do estilo de vida, tais como a redução na ingestão de líquidos antes de dormir, limitar cafeína e álcool, e urinar em horários programados, aliados a fisioterapia do pavimento pélvico podem contribuir para aliviar estes sintomas de urgência miccional.
Caso seja necessário medicação, existem fármacos antimuscarínicos (ex.: solifenacina) ou agonistas Beta-3 (ex.: mirabegron) que atuam primariamente no relaxamento do músculo da bexiga (reduzindo a urgência e a frequência miccional).
Em última linha, temos então tratamentos cirúrgicos, sejam direcionados à HBP e obstrução ao fluxo de urina, como a ressecção transuretral da próstata (RTUP) ou, de forma mais direcionada à bexiga hiperativa, a injeção de BOTOX intra vesical (na bexiga, após introdução de um cistoscópio) com o objetivo, novamente, de reduzir as contrações “anómalas” do músculo da bexiga.
Concluindo, a HBP e a BH estão intimamente relacionadas, mas são condições distintas que muitas vezes exigem uma abordagem multimodal e personalizada para o seu controlo eficaz. O tratamento é geralmente adaptado aos sintomas e à gravidade da condição de cada indivíduo, com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida. É essencial o acompanhamento regular por um urologista de forma a monitorizar e ajustar o tratamento conforme necessário.